"... uma escola onde podemos aprender a ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graças, aprimorarmo-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna."
Não, essa frase não se refere à Ordem DeMolay, mas se pensarmos bem, poderíamos utilizá-la como um adicional ao nosso tradicional conceito de "escola de líderes", já que os líderes forjados na Ordem são líderes acima de tudo compromissados com o que é bom e correto, e que se colocam como cavaleiros na defesa da moral.
Hoje o que indica que o jovem DeMolay atingiu o maior patamar de liderança dentro do seu Capítulo, Região, Estado e País é representado por um colar com detalhes dourados, que diferem apenas na cor.
A Ordem está presente em todo o território nacional, mas creio que até aí, o que foi dito não difere muito entre Pernambuco e o resto do país.
Mas tenho o cuidado de alertar que o que será lido é uma reflexão minha diante da sensação que tenho na vivência que tenho por aqui.
Até aqui, tudo se encaixa perfeitamente com a proposta da escola de liderança. Desenvolve-se características muito importantes para a formação de um líder através da vivência das rotinas administrativas e interpessoais dentro do Capítulo. Entretanto decidi ir além do aparente, além do "curso" de liderança; resolvi buscar o papel de instituição edificadora e modificadora do futuro cidadão.
Acabei tendo um princípio de frustração ao olhar ao redor e até mesmo diante do espelho.
Alguns jovens líderes (no sentido de autoridades) não são conscientes do seu papel dentro da instituição e das ferramentas que ela oferece para que ele seja instrumento de uma mudança social. Mudança esta que não pode acontecer sem que haja uma mudança pessoal antes. Nós que somos responsáveis por guiar os recém ingressos ou até mesmo os irmãos com tempo de Ordem mas pouca idade, temos que fazer o possível para sermos modelos a ser copiados (isso não deve ser lido como presunção ou traduzir como necessidade de perfeição). E muitas vezes somos, mesmo sem essa consciência. E aí vem residindo o perigo de certos equívocos.
O DeMolay que está em posição de destaque deve antes de tudo parar e novamente refletir como um iniciático: " Será que minhas atitudes são dignas de respeito pelos homens de bem ? "
É exemplar um jovem que maltrata animais ? Chuta gato na rua, atira pedras em aves, joga chiclete em pelo de cachorro, etc.
É exemplar um jovem que é grosso com sua irmã, com amigas, com a mãe ?
É exemplar um jovem que trata com arrogância os irmãos ?
É exemplar um jovem que profere calúnias ?
É exemplar um jovem que não honra sua palavra ?
É exemplar um jovem que tenta se destacar rebaixando o outro ?
É exemplar um jovem que infrige as regras de trânsito ?
É exemplar um jovem que é racista, discrimina pessoas por religião, sexo, raça ou sexualidade ?
É exemplar um jovem que perde o controle sobre o corpo e a mente, sob efeito de entorpecentes lícitos ou ilícitos ?
"Ninguém respeita o jovem grosseiro, obsceno, dissoluto e imoral que antecipa os anos da maioridade, entregando-se a hábitos que enfraquecem o corpo, enervam a mente, envelhecem o coração e a mente." 6P
Será que podemos realmente exercer a função de líder e modelo numa instituição que preza por valores contrários a tudo isso ? Será que temos consciência do nosso papel e da "morte" que devemos passar para "vivermos" como verdadeiros DeMolays ?
E quando aqueles que foram nossos líderes e modelos carregam falhas visíveis aos nossos olhos ? Devemos perpetuá-las ? Devemos criar uma nova geração sem aquele erro ? Devemos tentar mudar nossos líderes ?
É chegada a hora que devemos refletir sobre que tipo de exemplo estamos dando e como este exemplo poderia ser visto pelos cidadãos de bem.
"É de pequeno que se faz o grande" meus irmãos, e é a união destes grandes que farão a real diferença na sociedade.
Somos uma escola, não de ideologias e atitudes tortas.
Devemos aprender a ensinar, e não pensarmos que somente um colar nos faz professores.
Direcionar nossos esforços para a prática do bem (filantropia), não por reconhecimento, holofotes ou obrigação, e sim por caridade, pois é somente através dela que agradecemos tudo o que nos é dado pelo Criador.
Estarmos conscientes da nossa necessidade de mudança e ajudarmos (sermos modelos) para a mudança dos outros.
E é assim, apenas assim, que a Ordem DeMolay poderá atingir todo o potencial que ela tem para oferecer ao mundo.
Vamos sim mudar o mundo ... mas antes, vamos observar o que precisa ser mudado em nós e em nossos Capítulos.
Hoje eu sou melhor que ontem, e espero que cada dia eu possa acordar e ser uma pessoa cada vez melhor, para que meu irmão também o seja.
Luz e Paz para todos nós.
3 Opiniões:
Queridos irmãos.
Meu nome é Saulo, sou DeMolay de Sete Lagoas, pelo Capítulo Sete Lagoas Nº295/SCODB. Sou moderador do blog do nosso capítulo (http://capitulosl295.blogspot.com/), e admiramos demais o blog de vocês.
Ele inclusive é um dos blogs que indicamos na págino do nosso. Excelente mesmo.
Essa postagem sobre o papel do líder, me chamou muita atenção, penso igual a vocês. Gostaria de posta-la de forma integral no nosso blog, como já tivemos autorização com outra postagem...
Peço que autorizem e me digam quem é o autor para mencionar na postagem, se ele é senior, ou ativo e o que ele faz no capítulo.
Meu email é saulomjr@gmail.com
Grande abraço, aguardo retorno de vocês.
Ps.: Mais uma vez, parabéns!!!
Parabéns pelo post, muito válido para aplicarmos a nossa Ordem. Excelente fonte de pesquisa não somente para assuntos da Ordem, mas da vida em si.
Abraços,
Pedro Ramos "
membro do Capítulo Hugo de Payens Nº199
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